
O ano de 2025 marca um período de importantes mudanças e desafios para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em meio a escândalos de corrupção e fraudes, o novo presidente, Gilberto Waller Júnior, promete uma “faxina técnica” e uma revisão completa de todos os benefícios. Paralelamente, novas regras de aposentadoria entram em vigor, exigindo atenção redobrada dos trabalhadores brasileiros.
Assumindo a presidência do INSS em um momento turbulento, Gilberto Waller Júnior declarou que sua prioridade é resgatar a credibilidade do órgão e transformá-lo em um ambiente técnico, transparente e legal. Em entrevista, Waller Júnior criticou a influência política na autarquia e garantiu que suas nomeações serão baseadas em critérios técnicos, sem a interferência de padrinhos políticos.

Fonte: oglobo.globo.com
Entre as medidas anunciadas, destaca-se a revisão de todos os processos de concessão de benefícios, com o objetivo de identificar e combater fraudes. O presidente também defendeu o fim do empréstimo consignado via INSS, criticando a responsabilidade atribuída ao órgão em fraudes conduzidas por instituições financeiras. Segundo ele, a Justiça analisa o bloqueio de R$ 2,5 bilhões em bens para possível ressarcimento das vítimas de descontos indevidos, que afetaram milhões de pessoas desde 2020.
Para garantir maior segurança e transparência, o INSS implementará o reconhecimento facial para o desbloqueio de empréstimos concedidos a partir de 2024. Além disso, qualquer desconto associativo em folha está suspenso, obrigando as associações a emitirem boletos diretamente aos filiados.
Novas regras de aposentadoria em 2025: o que mudou?
Com a continuidade das regras estabelecidas pela Emenda Constitucional 103/2019, o ano de 2025 traz novas exigências para quem pretende se aposentar. As principais mudanças estão nas regras de transição, que visam equilibrar o sistema previdenciário com o aumento da expectativa de vida.
Regra dos pontos
A regra dos pontos exige a soma da idade e do tempo de contribuição para atingir uma pontuação mínima. Em 2025, são necessários 92 pontos para mulheres e 102 pontos para homens. Essa pontuação aumentará gradualmente até atingir 100 pontos para mulheres (em 2033) e 105 para homens (em 2028).
Idade mínima progressiva
A idade mínima aumenta seis meses por ano até atingir 62 anos para mulheres e 65 anos para homens. Em 2025, a idade mínima é de 59 anos para mulheres (com 30 anos de contribuição) e 64 anos para homens (com 35 anos de contribuição).
Aposentadoria por idade
A aposentadoria por idade exige 62 anos para mulheres (com 15 anos de contribuição) e 65 anos para homens (com 20 anos de contribuição).
Pedágio de 50%
Essa regra é destinada a quem, em 13/11/2019, estava a dois anos de completar o tempo mínimo de contribuição. Nesses casos, é preciso contribuir por 30 anos (mulheres) ou 35 anos (homens), acrescidos de 50% do tempo que faltava.
Pedágio de 100%
Essa é a regra mais rigorosa, exigindo idade mínima (57 anos para mulheres e 60 anos para homens), tempo de contribuição (30 anos para mulheres e 35 anos para homens) e o cumprimento de um pedágio de 100% do tempo que faltava para atingir o tempo de contribuição mínimo.
A importância do CNIS e do Meu INSS
O Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) é o documento que registra toda a vida laboral do segurado. É fundamental manter o CNIS atualizado e corrigir eventuais erros ou omissões, apresentando documentos como carteira de trabalho, contracheques e recibos de pagamento de INSS.
O Meu INSS é a principal plataforma de acesso aos serviços do Instituto. Através do Meu INSS, é possível simular a aposentadoria, consultar o CNIS, agendar perícias, acompanhar pedidos e emitir extratos e certidões. A ferramenta de simulação permite verificar as possibilidades de aposentadoria com base nas regras de transição, mas não substitui a análise documental feita pelo INSS.
Diante das novas regras e da complexidade do sistema previdenciário, o planejamento é essencial. Recomenda-se analisar cada regra de transição, verificar o tempo de contribuição, simular as opções no Meu INSS e corrigir eventuais falhas no CNIS. Com planejamento e organização, é possível garantir o direito à aposentadoria de forma segura e sem surpresas.