
O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) ganha um novo impulso com a possível injeção de R$ 15 bilhões na Faixa 4, destinada à classe média, enquanto trabalhadores precisam redobrar a atenção com o consignado FGTS.
Caixa planeja injetar R$ 15 bilhões na Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida
A Caixa Econômica Federal planeja injetar R$ 15 bilhões adicionais na Faixa 4 do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). O objetivo é facilitar o acesso à moradia para famílias com renda mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. A iniciativa visa dobrar o montante já disponível, somando R$ 30 bilhões, considerando os R$ 15 bilhões provenientes do fundo social ligado à exploração do pré-sal.
Com esse reforço, o programa espera viabilizar a contratação de cerca de 33 mil unidades habitacionais por ano, considerando o valor médio de R$ 450 mil por imóvel. O grande desafio é encontrar fontes de financiamento que mantenham a taxa de juros em torno de 10,5% ao ano, considerada viável para o público-alvo.
Como a Caixa pretende viabilizar o aporte
A Caixa Econômica Federal avalia diferentes alternativas para garantir que o custo de captação seja compatível com a taxa de juros projetada. Uma das possibilidades é o uso de um “blend de funding”, combinando recursos mais baratos, como os do fundo social, com outros captados pela própria Caixa. Outra opção é o uso do FGTS, que já financia as faixas 1, 2 e 3 do MCMV.
Caso o FGTS seja incluído, a Caixa precisará garantir que a operação não comprometa os recursos destinados às demais faixas, que atendem famílias de renda mais baixa. A expectativa é que a medida esteja plenamente operacional entre 45 e 90 dias após a confirmação do funding.
Fonte: www.gov.br (Não foi possível baixar a imagem. Fonte original citada.)
O que a Faixa 4 oferece às famílias
A Faixa 4 amplia o limite de financiamento para imóveis de até R$ 500 mil, com prazo de pagamento que pode chegar a 35 anos. A taxa de juros fixada em 10,5% ao ano é um diferencial em relação às condições praticadas no mercado livre.
Impacto esperado no mercado imobiliário
O plano da Caixa tem potencial para movimentar significativamente o mercado imobiliário brasileiro. Com um orçamento total de R$ 30 bilhões, o segmento poderia financiar cerca de 33 mil unidades por ano. Construtoras e incorporadoras já começam a ajustar seus projetos para atender à demanda da Faixa 4.
O reforço no orçamento da Faixa 4 deve gerar reflexos positivos na economia, com a geração de empregos e o aumento na oferta de imóveis.
Consignado com FGTS: Trabalhadores precisam estar atentos
Simultaneamente, o novo modelo de empréstimo consignado para empregados com carteira assinada, lançado pelo governo, tem gerado alertas. Apesar de ser garantido pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, as taxas de juros podem chegar a 89% ao ano, o que pode comprometer o orçamento dos trabalhadores e até levar à perda do saldo do FGTS caso não consigam honrar o pagamento.
Juros abusivos: uma comparação reveladora
O contraste entre as taxas cobradas por diferentes grupos evidencia o caráter punitivo do consignado vinculado ao FGTS:
- Para servidores públicos, os juros anuais giram em torno de 24,2%;
- Para beneficiários do INSS, a média é de 23,2%;
- Já para trabalhadores do setor privado, os juros variam de 48,9% a 87% ao ano.
Mesmo com a garantia sólida do FGTS, a categoria mais vulnerável paga as taxas mais altas.
Crédito pessoal mais barato que o consignado
Dados do Banco Central indicam que o crédito pessoal não consignado apresentou, em janeiro de 2025, juros médios de 45,6% ao ano, mais baixos do que os praticados no consignado com garantia do FGTS.
Trabalhador: risco duplo de inadimplência e perda do fundo
Economistas e analistas financeiros alertam que o trabalhador corre o risco de ficar negativado e perder integralmente o saldo do FGTS. O resultado pode ser a quebra financeira pessoal, com impacto direto na segurança futura do trabalhador.
É crucial que os trabalhadores da iniciativa privada avaliem cuidadosamente as condições do consignado com FGTS antes de contratar o serviço, considerando os riscos de endividamento e a possibilidade de perda do saldo do fundo.